Alexandre Pavlovitch nasceu em 23 de dezembro (12 de dezembro no
calendário juliano) de 1777, em São Petersburgo, filho do grão-duque
Paulo Petrovitch, futuro Paulo I, e de Maria Fedorovna, filha de
Frederico Eugênio de Wurttemberg. Subiu ao trono em 1801, depois do
assassínio de seu pai, e, pelas contradições de seu caráter, foi uma das
figuras mais discutidas da história russa. Neto predileto de Catarina
II, e educado na atmosfera dos livre-pensadores da corte, sua formação
foi entregue ao radical suíço Frédéric César de La Harpe, que lhe
inculcou idéias revolucionárias. Recebeu assim a influência do
pensamento de Edward Gibbon, Bonnot de Mably, John Locke e Jean-Jacques
Rousseau, além das tradições da autocracia russa.
Coube ao czar Alexandre I, malgrado sua admiração pessoal por Napoleão, ser um dos principais artífices da destruição do império napoleônico e da restauração "legitimista" na Europa.
Casou-se, em 1793, com a princesa Maria Luísa de Baden, e da união nasceu uma filha, morta aos 15 anos. Galante e sedutor, celebrizou-se por inúmeras ligações amorosas, mas os últimos anos de sua vida revestiram-se de pietismo exacerbado e profunda melancolia, especialmente pelo insucesso de sua política em prol da independência grega.
Em 1805, Alexandre participou da batalha de Austerlitz, na qual os exércitos da Rússia e da Áustria sofreram grave derrota. Em 1806 o czar aliou-se à Prússia, mas, novamente vencido nas batalhas de Eylau e Friedland (1807), viu-se forçado, pela paz de Tilsit, a aceitar o bloqueio continental, o que alterou por completo a tradicional política externa russa. Entretanto, a aliança de Alexandre I com Napoleão não duraria muito. O exército francês invadiu a Rússia em 1812, dando início a uma campanha que lhe renderia a primeira derrota fragorosa. Alexandre I uniu-se à Inglaterra, Áustria e Prússia contra Napoleão, conduzindo o exército russo até Paris nas campanhas de 1814 e 1815.
Depois do Congresso de Viena, idealizou a Santa Aliança (reunião dos príncipes cristãos da Europa sob a égide da Santíssima Trindade), que passou a ser conduzida por Metternich, transformando-se em instrumento da política austríaca contra os movimentos nacionais e liberais na Europa. Alexandre I morreu em Taganrog, mar de Azov, em 1o de dezembro (19 de novembro no calendário juliano) de 1825.