Alfredo Stroessner nasceu em Encarnación, Paraguai, em 3 de novembro de
1912. Filho de um imigrante alemão, freqüentou a Escola Militar de
Assunção e ingressou no Exército paraguaio em 1932. Como subtenente,
enfrentou a Bolívia na guerra do Chaco, de 1932 a 1935. Ascendeu na
hierarquia militar até ser nomeado general e, em 1951, tornou-se
comandante-em-chefe do Exército paraguaio. Três anos depois, Stroessner
liderou o golpe militar que depôs o presidente Federico Chávez e assumiu
a presidência depois de uma eleição em que concorreu como candidato
único. Consolidou então um regime que não deixou espaço político aos
adversários. Com os tribunais e o Congresso controlados por seus
aliados, pôde modificar a constituição de 1940 duas vezes, em 1967 e
1977, para legitimar suas oito eleições consecutivas à presidência.
Dois golpes militares marcam o início e o fim da mais longa ditadura da América Latina no século XX, instituída pelo general Alfredo Stroessner, que conseguiu manter-se na presidência do Paraguai por 35 anos.
Ao mesmo tempo em que tentava apaziguar os trabalhadores do campo e da cidade, Stroessner defendia os interesses dos latifundiários e empresários, como forma de conservar o poder. Sua administração estabilizou o câmbio, reduziu a inflação, criou escolas e hospitais e abriu estradas. Metade da renda nacional foi consumida, contudo, em gastos militares, necessários para preservar sua autoridade.
Nas relações internacionais, Stroessner conseguiu estabelecer um acordo com a Argentina em 1967, para permitir a livre navegação nos rios Paraguai e Paraná e no estuário do rio da Prata, o que marcou a inauguração de uma importante via comercial e a formação de uma frota mercante própria do Paraguai. De 1975 a 1982, o Paraguai associou-se ao Brasil para construir a hidrelétrica Itaipu. Reeleito em 1988, Stroessner foi deposto em fevereiro de 1989 por Andrés Rodríguez Pedotti, seu principal colaborador, e seguiu para o exílio no Brasil três meses depois.