Alfredo Volpi nasceu em Lucca, Itália, em 14 de abril de 1896. Chegou ao
Brasil com 18 meses de idade, quando sua família se fixou em São Paulo,
e desde a década de 1910 se dedicou à pintura. Autodidata, participou
com Francisco Rebolo Gonsales, Mário Zanini e Aldo Bonadei do grupo
Santa Helena, com ateliê na praça da Sé, motivado pelas origens
proletárias de seus integrantes. Estes, de fato, não assumiam a
princípio a postura de artistas: trabalhavam como pintores e decoradores
de paredes e consideravam-se antes de tudo artesãos.
As bandeirinhas surgiram na obra de Volpi no começo da década de 1950. Com outro tema, o das fachadas, relacionado por sua vez a paisagens e marinhas cada vez mais simplificadas, ele já se encaminhava então para um construtivismo maduro que, em meados daquela década, identificou-se às propostas da abstração geométrica e do movimento concretista.
Volpi era o mais velho do grupo. Influenciado pela arte italiana da década de 1920, realizou nesta e na seguinte paisagens de cunho realista, mostrando vistas de bairros pobres da capital paulista ou de cidades do interior, bem como marinhas do litoral de Santos e retratos. Na década de 1940, a paisagem continuou a ser sua preocupação mais constante, diversificada por viagens à Bahia e a Minas Gerais. A predileção pela têmpera já se destacava a essa altura, revelando seu apego a processos tradicionais da pintura e a aplicação artesanal que dedicava ao trabalho.
Na década de 1950 e na seguinte, quando a obra de Volpi assumiu a entonação construtivista que mais a caracteriza, a originalidade do artista se tornou inconteste. Numerosos prêmios foram-lhe então conferidos, como o de melhor pintor brasileiro na II Bienal de São Paulo (1953). Por quatro vezes, sua obra esteve na Bienal de Veneza (1952, 1954, 1962 e 1964), além de também ter sido vista em importantes exposições montadas em cidades como Tóquio, Paris, Buenos Aires, Roma e Nova York. Nessa fase de maturidade e sucesso, o pintor realizou diversos painéis, como na igreja do Cristo Operário em São Paulo (1951), na capela de Nossa Senhora de Fátima em Brasília (1959) e em navios da Companhia Nacional de Navegação Costeira (1962). Alfredo Volpi morreu em São Paulo SP, em 28 de maio de 1988.