Juan Crisóstomo Ruiz de Nervo nasceu em Tepic, Nayarit, México, em 27 de
agosto de 1870. A vocação religiosa levou-o a ingressar num seminário,
que abandonou em 1888. Trabalhou então como jornalista em Mazatlán e,
mais tarde, seguiu para a Cidade do México, onde colaborou em várias
publicações. Suas primeiras obras foram a novela El bachiller (1895; O
bacharel) e a coletânea de poemas Perlas negras (1898; Pérolas negras).
Em 1898, Nervo foi um dos fundadores da Revista Moderna, veículo do
movimento modernista. Os poemas curtos de El éxodo y las flores del
camino (1902), de singular musicalidade e exotismo, marcaram o auge
dessa etapa de sua obra.
A partir da adesão inicial ao modernismo, a obra de Amado Nervo evoluiu para uma poesia meditativa e de crescente conteúdo espiritual.
Em 1905, Nervo ingressou na carreira diplomática e foi nomeado secretário da embaixada mexicana em Madri. Ali residiu até 1918, com longas temporadas em Paris. Nesse período, iniciou o estudo do budismo, que exerceu grande influência sobre sua vida, e escreveu numerosos ensaios, como Juana de Asbaje (1910), em que estudou a obra de sóror Juana Inés de la Cruz, e Ellos y mis filosofías (1912), que indicam crescente inclinação para o misticismo.
Sente-se essa atitude espiritual nos livros de poemas Serenidad (1914), Elevación (1916) e El estanque de los lotos (1918; O lago dos lótus), em que o poeta expressa sua vivência mística e panteísta, alcançada após anos de busca do equilíbrio interior. Em 1918, de volta ao México, Amado Nervo foi designado para representar seu país em Montevidéu, onde morreu em 24 de maio de 1919.