Belmiro Barbosa de Almeida nasceu em Serro (MG) em 1858. "Mineiro com a
verve, a sagacidade de um parisiense", como sobre ele escreveu Gonzaga
Duque em 1888, freqüentou no Rio de Janeiro o Liceu de Artes e Ofícios e
a Academia Imperial de Belas-Artes, instituições onde mais tarde viria a
ser professor. Com o pseudônimo de Bel, atuou por longos anos como
caricaturista na imprensa. Fez também esculturas, e é de sua autoria a
réplica de "Maneken-Piss" de Bruxelas, a curiosa imagem de um garoto
urinando que, plantada no recanto do Mourisco, na praia de Botafogo, no
Rio de Janeiro, tornou-se famosa como o "Manequinho".
Uma mistura bem dosada de realismo e humor sempre chamou a atenção na obra de Belmiro de Almeida, pintor brasileiro de formação acadêmica que se radicou em Paris, após a guerra de 1914-1918, e aderiu no fim da vida a inovações que convergiram para a arte moderna.
A tela "Arrufos" (1887), considerada sua obra-prima, encontra-se no Museu Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro, junto com obras como "A Tagarela", "Idílio campestre" e "Dame à la rose". Ao acervo do Museu de Artes de São Paulo pertencem o retrato do poeta Alberto de Oliveira e a tela "Meninos jogando bilboquê".
Algumas das paisagens executadas pelo pintor em Dampierre, na França, utilizaram recursos pontilhistas, à maneira de Seurat. Em "Mulher em círculos" (1921), Belmiro de Almeida, que morreu em Paris em 1935, chegou mesmo a compor uma pintura em moldes futuristas.