Guilherme de Almeida
Guilherme de Andrade e Almeida, eleito em 1959, em concurso instituído
pelo Correio da Manhã, o "Príncipe dos Poetas Brasileiros", nasceu em
Campinas SP em 24 de julho de 1890. Um aspecto à parte de seu bem
composto lirismo, a presença de uma nota de ternura e exaltação amorosa,
tornou-o por várias décadas um poeta de enorme prestígio entre o
público feminino. Bacharel em direito (1912), exerceu a advocacia e o
jornalismo, a princípio como cronista social e crítico cinematográfico.
Foi redator e diretor de diversos jornais da capital paulista, entre os
quais O Estado de S. Paulo, onde, por algum tempo, fez crônica diária.
A construção meticulosa dos versos, em moldes readicionais mas aplicados com extraordinária perícia, sobressaiu ao longo do tempo como a característica da poesia de Guilherme de Almeida.
Sua estréia literária ocorreu em 1917 com a publicação do livro Nós. A este se seguiram, entre outros: A dança das horas (1919); Encantamento (1925); Simplicidade (1929); Carta a minha noiva (1931); Cartas ao meu amor (1941); Acalanto de Bartira (1954). O conjunto de sua produção foi reunido em edição completa, em sete volumes, sob o título de Toda a poesia de Guilherme de Almeida (1952).
Em 1922, Guilherme de Almeida participou da Semana de Arte Moderna. Fundador da revista Klaxon, viajou intensamente pelo país, difundindo em conferências e artigos os princípios da renovação literária e artística do modernismo. Essa tendência de seu trabalho encontrou expressão nos livros Meu e Raça, ambos de 1925. Rica em efeitos rítmicos e criteriosa na seleção de palavras, sua poesia obedeceu entretanto a diretrizes bem nítidas para evitar, na época heróica da campanha modernista, as tendências à exaltação da máquina e da revolução social.
Membro da Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira no 15, Guilherme de Almeida faleceu em São Paulo em 11 de julho de 1969.